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Serro comemora o primeiro registro do Arraial na Fazenda Real*

Afinal, Serro tem 305 ou 317 anos? As duas datas podem estar corretas. Se for considerada a data em que surgiu o primeiro núcleo habitacional, o Ribeirão das Minas de Santo Antônio do Bom Retiro do Serro Frio, também já chamado de Arraial das Lavras Velhas, são 317 anos.

Em 1702, os bandeirantes Antônio Soares Ferreira e João Soares – pai e filho – fundaram dois arraiais contíguos, o de Baixo, que segue o ribeirão do Lucas, e o de Cima, em direção ao córrego dos Quatro Vinténs.

Em outra referência, o município completaria 305 anos de fundação. Dia 29 de janeiro de 1714 é considerada a data oficial em que o antigo arraial se tornou a Vila do Príncipe.

Pode - se considerar, ainda, outra data: 6 de março de 1838, quando uma Lei Provincial criou o município de Serro.

Em 2018, mais precisamente no dia 8 de abril, Serro comemora outra data histórica: 81 anos de tombamento como patrimônio histórico Nacional.

A cidade foi uma das primeiras vilas e comarcas mineiras, além da primeira cidade tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e tem muita história para contar e muito ainda a avançar.

A “Terra do Queijo” avança como um dos principais polos turísticos do Estado. Suas igrejas, o casario colonial, cachoeiras, montanhas e um povo com imensa hospitalidade são seus maiores atrativos.

Com todo esse legado histórico, um dos principais desafios do município é conciliar o movimento turístico com a calma e a tranquilidade que caracterizam a região.

HISTÓRIA E TRADIÇÃO

Os índios botocudos, primeiros habitantes de Serro, chamavam a região de Ivituruí, que, na língua nativa, significava “serra dos ventos frios”. Daí o nome Serro Frio e, mais tarde, Serro.

Considerada uma das cidades coloniais mais importantes de Minas, Serro é terra de personagens ilustres, como o republicano Teófilo Otoni, o ex-governador de Minas João Pinheiro, o maestro Joaquim Emerico Lobo de Mesquita e o escultor Mestre Valentim. Estes, entre muitos outros artistas, políticos e religiosos, saíram do Serro para entrar para a História do Brasil.

As igrejas ricamente ornamentadas e os antigos casarões coloniais bem preservados guardam parte dessa bela história, construída em mais de três séculos.

As tradições folclóricas, as festas religiosas, os atrativos naturais, sua peculiar hospitalidade e a saborosa gastronomia, que tem o queijo como carro chefe, são o orgulho de seus moradores.

*Livro Primeiro de Receitas e Despesas da Fazenda Real, referente às minas do Serro Frio e de Tacambira 1702-1720, aberto em 13 de março de 1702.

**Contribuição: Prof. Dr. Ariel Lucas Silva