No último dia 25 de novembro, autoridades sanitárias da África do Sul comunicaram o surgimento de uma nova variante de SARS-CoV-2 que apresenta um perfil genético preocupante, com acúmulo múltiplo e inédito de mutações concentradas na proteína Spike, presente na superfície viral. A descoberta da variante e suas características fez com que a Organização Mundial da Saúde imediatamente classificasse a nova variante como uma nova VARIANTE DE PREOCUPAÇÂO (VOC), agora denominada B.1.1.529 ou variante ÔMICRON. Embora muito ainda se desconheça acerca das características virológicas e epidemiológicas desta nova variante, vivemos a necessidade de atenção redobrada e cautela, o que não deve ser confundido com pânico. As principais razões de preocupação se concentram em três aspectos principais:
1) Ao contrário do que se poderia imaginar, a nova variante aparentemente não evoluiu a partir de outras VOIs (Variantes de Interesse) ou VOCs conhecidas, mas a partir de linhagens que circulavam no continente Africano desde 2020. Este aspecto sugere que a nova variante vem evoluindo e se adaptando através de depuração genética.
2) A análise genética mostra um acúmulo de mutações sem precedentes na evolução do SARS-CoV-2: são mais de 50 mutações, sendo 32 delas localizadas na proteína Spike. Muitas das mutações são compartilhadas com outras VOCs ou VOIs, e já foram associadas ao aumento de infecciosidade viral ou ao escape da resposta imune vacinal. Não se sabe, ainda, quais outros efeitos as mutações exclusivas e inéditas da Ômicron podem causar.
3) A detecção da nova variante veio acompanhada de aumento de casos nas regiões africanas onde a VOC circula e, mais importante, ela foi capaz de se tornar rapidamente dominante, deslocando e substituindo a variante Delta, que já é uma VOC importante e que predominava na região. Este fato demonstra que a Ômicron tem vantagens adaptativas importantes numa competição direta com a VOC Delta.
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